VENÇA O MEDO DE DIRIGIR: Matéria do Jornal da Zona Sul

O medo de dirigir pode acontecer tanto em homens como em mulheres

Homens e mulheres apresentam diferentes estilos quanto à forma de conduzir um veículo.
Mulheres tendem a apresentar um alto sentido de responsabilidade social, mostram-se excelentes motoristas, pois respeitam as regras e normas do trânsito, "dirigindo pela vida".
Homens tendem à competição e são peritos no raciocínio espacial, são ágeis e precisos nas manobras, são magníficos pilotos.

Entretanto, o medo de dirigir pode acontecer tanto em homens como em mulheres. Medo de dirigir é uma espécie de ansiedade intensa e excessiva relativa a idéia de dirigir. É percebido como "falta de prática" ou "insegurança" e até mesmo interpretado como um estado de "pânico" em relação a intenção de dirigir. Para ambos os sexos as Crenças Disfuncionais mais freqüentes das pessoas com Medo de Dirigir são as mesmas. Imaginam que o carro é uma arma; o trânsito é uma guerra; os outros motoristas não são respeitosos; ou percebem-se incompetentes para dirigir. É assim que o Medo de Dirigir leva a perda da auto-estima. As pessoas com medo de dirigir focam sua atenção nos sintomas físicos e nos pensamentos catastróficos. O que aumenta mais ainda a preocupação com os riscos imaginados, elevando a ansiedade. Como conseqüência ao medo de dirigir e à imobilidade frente à ação de dirigir ocorre perda de confiança, diminuição da auto-estima e dependência em relação a outras pessoas. Muitas vezes confundem a noção de responsabilidade com culpa, o que aumenta a sensação de vergonha por algum equívoco que por ventura venha a realizar. Pelo medo de errar no trânsito, pela idéia de incapacidade para dirigir, as pessoas com medo de dirigir passam a questionar a verdadeira identidade e vivem mergulhadas num sentimento de vergonha e humilhação, pondo em dúvida suas antigas conquistas. Assim, a auto-estima cai, ao mesmo tempo em que o medo aumenta.

As pessoas que procuram a resolução do medo de dirigir são aquelas que o medo não "combina" em sua existência. São aquelas que sabem que já superaram outros obstáculos e obtiveram outras vitórias em suas vidas. Portanto, superar o medo é uma questão de resgate da verdadeira identidade.

Depoimento de um homem que venceu o medo de dirigir.

Após varias tentativas para acabar com o medo de dirigir, lendo o jornal li o texto sobre o método “Vença o medo de Dirigir”. Hoje, com o auxilio das psicólogas consegui acabar com meu sofrimento e recuperar minha auto –estima, pois não dependo mais de outras pessoas para ir a um determinado lugar. Estou dirigindo o meu carro, que antes nem parecia ser meu. Hoje estou verdadeiramente mais feliz.

Atingindo Objetivos

EVITAÇÃO versus ENFRENTAMENTO

A ansiedade pode auxiliar em nossa performance!

Andrews G. em “The Treatment of Ansiety Disorders” afirma: se estivermos totalmente relaxados, quando prestarmos um exame, ou concurso, ou discutirmos um problema, ou defendermos uma idéia, infelizmente, não atingiremos nossa melhor “marca”. Outros autores como Ballone, em PsiqWeb, quando escreve sobre Estresse e Ansiedade afirma, que a ansiedade também pode surgir em situações consideradas positivas, como em promoções profissionais, casamento desejado, nascimento de filhos. Ansiedade e medo andam juntos. O medo é um mecanismo destinado á sobrevivência! Nossos ancestrais, quando diante de perigos concretos lutavam pela vida, como as ameaças de animais ferozes, as guerras tribais, as intempéries climáticas, a busca pelo alimento, ou mesmo a luta pelo espaço geográfico.
Além disto, para fazer alguma coisa realmente bem feita, necessitamos estar alertas. Ansiedade em níveis moderados favorece a produção de um bom trabalho e a eficiência nas abordagens. Portanto, ansiedade é uma emoção normal, necessária e benéfica, faz com que estejamos atentos e sensíveis diante de situações de perigo ou das dificuldades, viabilizando a tomada de decisões. Quando ficamos excessivamente ansiosos, a clareza das idéias e a perspicácia na ação ficam prejudicadas. Tanto os baixos como os altos níveis de ansiedade limitam o desempenho. É justamente, o medo relacionado à ansiedade que muitas vezes nos impede de atingir nossos objetivos.

A resposta de luta ou fuga está presente frente ao medo.

Frente a uma ameaça é ativado uma resposta de luta ou fuga, acionada automaticamente na percepção do perigo. Envolve a liberação de alguns hormônios pelo corpo e a mobilização de parte do sistema nervoso. Esta reação produz sintomas físicos que correspondem a um quadro de ansiedade. Imediatamente surge o aumento da freqüência cardíaca, palidez, tensão muscular, alterações digestivas. Seguido de perturbações no sono, na função sexual, mudança de peso, dermatoses, baixa resistência a infecções, queda de cabelos ou quadros alérgicos, entre outros. Quando vivenciamos a ansiedade antecipatória – interpretação de um risco que virá, de uma dificuldade imaginada – temos clara noção das sensações de agitação, tensão, palma das mãos suadas, boca seca, tonteira, dificuldades respiratórias, coração disparado e rubor facial. Os efeitos psicológicos incluem a tendência para autoritarismo, o sentimento de perseguição, a sensação de incompetência, o aumento de consumo de álcool, cigarro e drogas, a alteração na ingesta de alimentos, o isolamento e introspecção, a queda da eficiência, a irritabilidade, a desmotivação, a queda da capacidade de concentração e organização ou até mesmo a depressão.

Nossos hormônios são rapidamente metabolizados pelo corpo. Se tivermos que correr ou lutar para manter a vida, este funcionamento físico, certamente nos será útil. Tão logo o perigo cesse, voltaremos ao estado normal. Entretanto, se mantivermos os pensamentos ansiosos, continuaremos a produzir hormônios relacionados com as respostas de luta ou fuga e assim, o ciclo se reiniciará.
Mas, é possível prevenir ou limitar a ocorrência destas reações em situações, que na verdade não são ameaçadoras. Pois, muito freqüentemente, o que nos deixa ansiosos, é a interpretação antecipada do fato, ao invés do fato em si. Nós, seres humanos, estamos constantemente tentando tirar um sentido de nossas experiências. Buscamos classificar acontecimentos e prever o que eles vão significar para nosso futuro. Quando estamos ansiosos e em guarda para uma possibilidade de ameaça, tendemos fazer dois erros fundamentais de pensamento. O primeiro é a superestimativa: exagerar nos indícios de que um acontecimento possa se concretizar.
O segundo é a catastrofização: acreditar que os acontecimentos serão muito mais dolorosos e fora de controle do que possamos tolerar. A terapia cognitiva comportamental ensina: “sempre que apresentamos um estado de humor forte, há também pensamentos automáticos presentes, sendo estes a pista para a compreensão de nossas reações emocionais”.

A resolução do medo e o controle da ansiedade é uma técnica da psicoterapia cognitivo comportamental.

A proposta não é eliminar a ansiedade de nossas vidas, mas sim controlar os altos níveis de ansiedade.

A boa notícia: a ansiedade pode ser reduzida através de uma avaliação realística sobre o perigo, aumentando a confiança na capacidade de lidarmos com as ameaças. Quando determinamos o tipo da distorção do pensamento, iniciamos a avaliar mais objetivamente a validade de nosso pensamento.

As práticas de relaxamento antes e depois das situações estressoras podem aliviar significativamente o sofrimento físico da ansiedade negativa. Indica-se também a respiração controlada e o relaxamento muscular progressivo. Outra atitude importante é dominar a evitação, aprendendo a abordar de forma bem sucedida situações que evitamos por ansiedade. Para um melhor funcionamento cerebral podemos utilizar alimentos ricos em zinco e selênio. Os frutos do mar são uma boa opção. O zinco estimula a atenção e a memória, o selênio evita a depressão. Devemos lembrar: a evitação aumenta a ansiedade, estimulando a depressão, ao passo que o enfrentamento estruturado fortalece a auto-estima, melhorando a condição geral da saúde. Estas são algumas estratégias para atingirmos nossos objetivos.

Concluímos com uma frase de Chico Xavier, que nos inspira para as conquistas neste novo ciclo de independência que inicia: “Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”.

Uma História de Enfrentamento e Vitória sobre o Medo de Dirigir.

Vencer o medo de dirigir é uma questão de resgate da auto-estima e da identidade.

Em 1993 fiz minha carteira de motorista, tudo tranqüilo, sem grandes ansiedades. Embora percebesse que dirigir não era o tipo de coisa que mais gostasse de fazer, também não encontrava razões para não ter carteira de habilitação. Mas, sair de carro, dirigir! Pra que? Afinal, era muito mais cômodo meu marido dirigir, ou então, até mesmo pegar um ônibus; pois na condição de passageira eu poderia ficar apreciando a paisagem e além disto não gastaria com estacionamento. Sempre com boas desculpas! Eu continuava repleta de estratégias e argumentos para continuar sem dirigir. E os anos foram passando. Imaginei que para ser uma motorista praticante me faltava um carro só meu. Foi assim, que em 2000 comprei meu primeiro carro. Logo fui em busca de uma auto-escola, com o objetivo de fazer uma reciclagem. Foram 5, 10, 15 aulas, perdi as contas, de qualquer forma eu achava que ainda não era o suficiente, apesar do instrutor afirmar que eu já sabia dirigir. Mas, quando chegava a hora de me sentar ao volante, eu achava mil desculpas para não sair. O carro me encarava na garagem, a pressão era grande, marido, família, amigos, e eu não dirigia o meu carro. Em 2002 decidi. Vendi o carro, sem nunca tê-lo dirigido, pois estava estragando na garagem. Aos poucos a vida começou a ficar uma correria, tinha pouco tempo, faculdade de manhã e à noite, trabalho à tarde. Muitos ônibus ou caronas, estava sendo insuportável sustentar esta rotina. Um dia parei e pensei: vou comprar outro carro! Surgiam dúvidas em minha mente: "e se eu não dirigir e ele ficar na garagem, como vou aguentar a cobrança das pessoas? Talvez seria mais cômodo eu não ter carro e não precisar dirigir!" Apesar destas angustiantes questões, em 2005 acabei comprando um carro. Fiz seguro. Mas, o carro ainda continuava na garagem. Para a minha tristeza e vergonha, as pessoas frequentemente me perguntavam: "E aí já está dirigindo?" Como de hábito, várias desculpas me surgiam. Vivendo este conflito interno e aparentemente só meu, um dia resolvi colocar uma expressão em um site de busca na internet MEDO DE DIRIGIR, para minha surpresa acessei matérias e depoimentos que contavam a minha história e meu sofrimento, EU NÃO ERA A ÚNICA. Vi surgir uma esperança. Procurei uma colega psicóloga, e perguntei se ela conhecia alguém especializado em tratar o medo de dirigir. No dia seguinte ela já me deu o endereço da Carmen. Inicialmente meio receosa, mandei um e-mail pedindo informações, depois marquei a minha primeira consulta. No início não acreditava muito, mas a vontade de vencer era maior e me impulsionava para tentar. Comecei o tratamento. Passei a ter mais contato com o carro e descobri que ele na verdade não era um monstro e sim, a coisa mais queridinha, bonitinha, quentinha, confortável e nunca reclamava de nada. No início, apenas exercícios de garagem, aprendi a conhecer detalhadamente o carro. Com o passar do tempo este espaço estava ficando sem graça. Começamos a andar nas ruas próximas de casa, da mesma forma, também aos poucos, andar pelas ruas vizinhas foi perdendo a emoção e eu ficando cada vez mais tranqüila. Percebi que parte do meu medo, que levava à evitação de sair com o carro, era a vergonha de imaginar eu cometendo um erro. Incomodava-me a situação de não acertar uma manobra na primeira tentativa. Descobri que isto era parte do meu perfeccionismo. Mais do que desejar fazer certo, era um não me autorizar a errar, pois creditava, que por este erro seria severamente criticada pelos outros e profundamente recriminada por mim mesma. A sensação de andar nas ruas remetia-se a imagem de meu carro ser todo de neon, e que eu estaria vestindo paetês, portanto todos ficariam me observando. Com o passar do tempo, fui compreendendo que as pessoas não ligavam para mim da forma como eu imaginava; na realidade, eu dirigia apenas mais um carro feito em série pela fábrica e eu era apenas mais uma motorista. Junto com isto, aprendi que não importava quantas vezes eu teria que efetuar uma manobra, o que realmente contava é que eu me permitisse realiza-las no meu tempo. É claro, que com a prática, a cada dia tudo se tornava mais fácil e mais rápido. A confiança foi surgindo, e o medo sumindo. Nada era impossível, tudo com muita calma, ao seu tempo as coisas iam acontecendo. Outro momento importante foi os grupos, onde cada uma conta a sua semana, suas vitórias e evitações, suas maneiras de enfrentar os problemas com os carros, como agem com seus maridos, namorados e familiares; enfim cada uma conta suas experiências e podemos usar algumas dicas para vencermos juntas o medo de dirigir. Estratégias para enfrentar a evitação foram arduamente estabelecidas. Por diversas vezes pensava em desmarcar os encontros do treinamento com a psicóloga, criava qualquer desculpa para não dirigir. Quando a evitação era maior e eu acabava nem indo até o carro, vinha o sentimento de fracasso; bem diferente de quando eu enfrentava, pois esta sensação era tão boa que eu passava o restante do dia com a leveza gerada pela experiência da vitória.

Hoje vou trabalhar de carro, vou ao supermercado, vou até minha faculdade que é em Canoas, enfim, dirijo em diversos locais, faço tudo que preciso com meu carro. Dirigir é muito útil, necessário e o melhor, eu posso! Só tenho a agradecer, pela vitória que conseguimos juntas.

Obrigada.

Motorista S.

Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano ele treme de medo.
Olha para trás, para toda a jornada,os cumes, as montanhas,o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar nele nada mais é do que desaparecer para sempre.
Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar.
Ninguém pode voltar.Voltar é impossível na existência. Você pode apenas ir em frente.
O rio precisa se arriscar e entrar no oceano.
E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece.
Porque apenas então o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano.
Por um lado é desaparecimento e por outro lado é renascimento.
Assim somos nós.
Só podemos ir em frente e arriscar.
Coragem !! Avance firme e torne-se Oceano!!!

Osho

Oficina mecânica para amadores

Componentes do motor, manutenção preventiva, motor quente, motor cansado, freio de mão, amortecedores, rodas, pintura, silenciosos. Manejo de ansiedade no trânsito.

No blog

http://www.oficinaparaamadores.blogspot.com constam informações sobre manutenção de automóveis da linha leve, a álcool, gasolina, flex ou GNV, a todos os interessados, sejam proprietários, motoristas, mecânicos de final de semana ou mesmo profissionais.

Incluímos material sobre o manejo da ansiedade no trânsito, tão comum e necessário, seja relacionado ao medo como em situações de raiva rápida.

http://www.oficinaparaamadores.blogspot.com

Vencendo o Medo de Dirigir

Medo de dirigir é uma espécie de ansiedade intensa e excessiva relativa a idéia de dirigir. É percebido como "falta de prática" ou "insegurança" e até mesmo interpretado como um estado de "pânico" em relação à intenção de dirigir. Vivido por pessoas das mais variadas faixas etárias e formação profissional, mas com as mesmas queixas e sofrimentos. Percebem o trânsito como um “campo de batalha”, ou seja, um lugar de risco e de competitividade, onde não há espaço para ser compartilhado. Entendem-se incapazes de controlar o carro, imaginando que é este que possui o controle, assim é comum referirem o carro como uma “arma engatilhada”. São extremamente responsáveis, preocupam-se com o bem-estar alheio. Acreditam, que os outros motoristas farão críticas agressivas e destrutivas, pelas quais se sentirão responsáveis e culpadas. A característica marcante é o traço psicológico do perfeccionismo, ou seja, não se permitem errar, entendendo que caso uma falha ocorra, algo terrível poderá acontecer com prejuízo aos outros e a si mesma. Assim, o sentimento de vergonha é uma conseqüência, pois interpretam os erros naturais como indicadores de incapacidade e inadequação. Omitem o fato de não dirigir, pois é entendido como falha e passam a questionar as demais conquistas, o que baixa a auto-estima e aumenta mais ainda a ansiedade e o medo. Com este turbilhão de pensamentos, surgem os sintomas da ansiedade tanto na mente como no corpo. Os sintomas mais freqüentes são a respiração ofegante, o coração disparado, os músculos contraídos, a visão turva, a boca seca, o enjôo e dor no estômago, a micção freqüente, prejuízos na percepção (visual, auditiva, sensorial), no raciocínio lógico, na habilidade espacial, na atenção, na memória e na compreensão e expressão verbal; todos fatores essenciais para o motorista. A Terapia Cognitiva Comportamental utiliza diferentes estratégias, como o controle dos sintomas fisiológicos, correção das disfunções cognitivas associadas, e recuperação dos déficits pra dirigir automotores por conseqüência do medo. O tratamento transforma a ação de dirigir numa habilidade reconstruída, o carro passa a ser "um parceiro" que ajuda a conquistar novos objetivos. Mais do que um esquecimento do medo de dirigir, o que ocorre é uma aquisição de nova memória: o cérebro aprende o "não-medo" e desenvolve o aprendizado da habilidade para dirigir.

VENÇA O MEDO DE DIRIGIR

14 agosto 2006

Matéria do Jornal da Zona Sul

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